Olá!
Ontem(12/02/2018), li a notícia sobre o lançamento do Youtube Go no Brasil (Fevereiro/2018). Logo baixei o aplicativo e fui testar.
A interface simples e bem objetiva, revela de forma clara o funcionamento do produto. Funciona muito bem. Atende ao propósito.
Algumas coisas me chamaram a atenção na Google Play (dados de 12/02/2018) – versão de 07/02/2018
- Aplicativo não lançado
- Talvez ele seja instável
- 10 milhões de download
Após utilizar o aplicativo, fui atrás de notícias que falavam sobre o produto, encontrei esta notícia que diz sobre a primeira versão lançada na India em Setembro/2016. de de onde eu tirei os seguintes dados abaixo:
O processo de elaboração da app:
- Uma equipe de engenheiros, designers e pesquisadores
- Coletaram informações em 15 cidades da Índia
- Ouviram Feedback dos usuários
- Experiência de uso mais relevante e mais barata
- Produto pensado no uso offline ou em conexões de baixa qualidade
- Funções básicas para atender ao propósito
Fica claro, que o Google investiu na ideia de: Ouvir a dor do usuário final
Pesquisar, estudar, avaliar, rascunhar e lançar várias versões (ainda em beta) para que os usuários finais pudessem EXPERIMENTAR.
Pra mim, isto é Lean Startup: Construir, Medir e Aprender.
Ainda hoje(Fevereiro/2018) continua o aviso de versão beta, que pode trazer instabilidade, conforme as imagens acima(capturadas diretamente da Google Play em 13/02/2018).
Com estas versões betas, eles aprendem sobre o produto, ideias que deram certo, errado, novos rumos e além do fato de “colocar o usuário final como centro desta ação”. Todos ganham.
O que estou querendo dizer é: o poder da experimentação realizada diretamente com o usuário final. Por quê não investimos mais neste modelo?
Alguns motivos que tenho ouvido, para não investirmos:
- “Nosso cenário é complexo, não admite experiências”
- “Temos um produto que interage com um ecossistema”
- “Não se testa com cliente, brinque na sua casa”
- “Nosso segmento é acompanhado de perto pelo órgão regulador, não temos margens para experimentações”
- “Nosso concorrente também não faz”
- “Todo o nosso processo interno e de governança são muito rígidos”
- “Não existe MVP, existe produto completo, o resto é balela de consultor”
- “Não temos um time dedicado”
- “Devemos sim, ser digital, mas sem ações de riscos e pensando sempre no médio prazo, pelo menos nos próximos 3 anos”
- “Produto que envolve múltiplos canais e sistema legado não podem ter pequenas entregas…”
Resolvi, não seguir enumerando os demais motivos.
Claro, que adotar uma estratégia de pequenos incrementos -> testar – validar/descartar com o usuário final, de fato é uma mudança muito grande em relação ao modelo atual, vigente na maioria das empresas. E que estes ambientes, possuem diversas restrições: do gestor, da equipe, do cliente, do usuário final, do PMO, do GP, regulatórias, de processo, governança e etc.
Cabe a cada empresa, avaliar o seu processo e dizer se deseja iniciar uma jornada mais centrada no usuário final do seu produto, e com isso assumir todos os riscos e aprendizados que o modelo proporciona.
Desenvolver produtos com foco no cliente, é um grande desafio.
Qual empresa que você conhece lançaria uma versão(loja de app) com o aviso: “Talvez ele seja instável”
Novos tempos, novas maneiras de fazer.
Sim, isto implica em mudar o processo e o “famoso mindset”.
Será que o pessoal do Google andou lendo o livro Direto ao Ponto, do grande mestre Paulo Caroli?
Que tal alguns experimentos? Bora começar?
Feito, melhor que perfeito.